Qual o seu tipo psicológico?

30 de novembro de 2021

Além das vivências com outras pessoas e feedbacks, atenção aos sonhos, meditação, atividades artísticas, leitura de fábulas, mitos e contos, enfrentamento de desafios e escrita em um diário, outra forma de se conhecer melhor é utilizando testes de personalidade. Dois deles estão acessíveis nos links http://inspiira.org/ e https://www.16personalities.com/br e podem ser feitos pela própria pessoa, respondendo algumas perguntas. Eles trazem um resultado básico que indica uma tendência de personalidade: se você tende a ser mais introvertido ou extrovertido nas suas atitudes e quais funções (sentimento, pensamento, sensação ou intuição) você mais costuma utilizar para tomar decisões, julgar, perceber, se relacionar, se vincular e se orientar na vida. Conhecer o seu tipo psicológico pode te ajudar a compreender as suas condutas e as das outras pessoas, ficando mais claras e compreensíveis as diferenças de “jeitos de lidar com a vida” que cada um demonstra no dia-a-dia. Seja no trabalho, na convivência com a família, no relacionamento amoroso ou nos hobbies e interesses.

Introversão e extroversão: quais as principais diferenças?

Sempre houve o interesse e tentativa de entender o comportamento humano e classificá-lo em categorias para que ficassem mais nítidas as diferenças e peculiaridades de cada “jeito de lidar com a vida”, especialmente para compreender como um mesmo fato tinha interpretações e modos de lidar tão diferentes de uma pessoa para a outra. Uma das tipologias psicológicas é a de Jung, que é a base dos testes de personalidade que mencionei anteriormente (inspiira e 16 personalities). Nela estão descritas duas atitudes opostas: a introversão e a extroversão. A principal distinção entre elas se refere ao direcionamento de energia. O introvertido tenderá a aplicar suas percepções, julgamentos, ações, sentimentos e afetos para e a partir do seu mundo subjetivo, enquanto o extrovertido irá direcionar seu interesse para o mundo externo, para a experiência com o externo. Algumas características e sinais já aparecem desde cedo na infância. Algumas crianças irão demonstrar uma postura mais reflexiva e pensativa ao lidar com os objetos e uma certa resistência contra influências externas, outras irão adaptar-se ao ambiente de forma mais rápida, sem receio do desconhecido. As principais características do introvertido podem ser resumidas em: capacidade reflexiva, ponderação, autenticidade, paciência e intimismo. As do extrovertido: prontidão para agir, imediatismo, adaptabilidade e sociabilidade. São formas diferentes de lidar consigo mesmo e com o mundo externo e que irão influenciar nas decisões e interesses da pessoa ao longo da vida. Introvertidos irão priorizar seu próprio caminho, o autoconhecimento e a reflexão. Extrovertidos, a relação com as pessoas, a vivência de experiências e a aceitação externa. Ambos podem desenvolver características do tipo oposto, dependendo do momento de vida. Assim como assumir um novo cargo pode incentivar o introvertido a desenvolver sua comunicação e relacionamento para liderar uma equipe, um extrovertido pode voltar-se para si e buscar lidar com suas emoções para enfrentar um divórcio difícil, por exemplo.

Instagram de @gabriel_isak

Pontos fracos do introvertido e do extrovertido

Assim como ser introvertido ou extrovertido tem suas vantagens, há também os pontos desfavoráveis de cada perfil. Os introvertidos, se focarem o seu desenvolvimento unilateralmente, podem se tornar demasiadamente lentos para agir, tendo uma certa inércia e pouca efetividade em suas ações;  também podem apresentar um pensamento circular, com dificuldades em tomar decisões, tornando-se indecisos; por serem autênticos, podem acabar não valorizando e considerando as demandas e necessidades das outras pessoas, podendo ser egoístas; por acreditar em seus pontos de vista e defendê-los, podem se tornar teimosos; e por buscarem fazer as coisas e pensar a partir de suas emoções e convicções, podem se isolar por não quererem abrir mão do seu jeito na convivência com outras pessoas. Os extrovertidos, da mesma maneira, caso se fixem em agir apenas a partir de sua zona de conforto, poderão se tornar reativos, por terem dificuldade de ponderar e refletir antes de agir; por não darem atenção aos aspectos interiores, podem desconsiderar, em consequência, os seus limites e os das outras pessoas, podendo ser inconsequentes; também podem ser influenciáveis, na tentativa de evitar conflitos e agradar socialmente, seja a família, amigos, colegas de trabalho, parceiros amorosos; podem ser negligentes ao longo da vida por não considerarem aspectos internos, como ir ao médico ou buscar ajuda emocional; e podem não reconhecer e aceitar as diferenças dos outros, por imaginar que todos devem ser iguais a ele. Essas são apenas tendências, não certezas que, se observadas, podem ser alertas para ajudar cada perfil a se desenvolver integralmente.

Texto de BRUNA L. PROCHNOW – Psicóloga Clínica – CRP 06/140066

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